Uma dúvida que muitas pessoas têm em relação ao consórcio é se existe e qual é a taxa de juros de um consórcio.

Esse é um questionamento muito importante, considerando que a existência de uma taxa de juros influencia bastante na comparação entre as diversas modalidades de compra de um bem ou serviço, sendo até mesmo um fator decisivo.

Pensando nisso, a gente preparou um conteúdo para te esclarecer, finalmente, se o consórcio tem juros e, ainda, quais são as taxas envolvidas nesse formato. Boa leitura!

Leia também sobre como funcionam os lances dentro do consórcio e quais são os tipos que existem!

Consórcio tem juro?

A grande pergunta é: o consórcio tem juros? E a resposta é: não! Esse é o grande diferencial dessa modalidade, na verdade. 

O consórcio funciona como uma compra coletiva, na qual os participantes do grupo se unem para juntar o dinheiro que todos desejam adquirir, dessa forma, não há financiamento de valores.

Por que o consórcio não tem juros?

Agora que você entendeu que o consórcio não tem juros, vamos falar o porquê. O motivo pelo qual o consórcio não tem juros é a própria forma como ele acontece. 

Um consórcio é caracterizado enquanto uma reunião de pessoas físicas, bem como jurídicas, em grupo. 

As pessoas participantes representam uma cota e possuem parcelas e prazos de duração definidos no contrato. Ou seja, um grupo vai se reunir para juntar recursos e comprar o que deseja.

Mensalmente, os consorciados – nome de quem participa de um grupo do consórcio – que estão com o pagamento em dia participam das assembleias e um deles é sorteado, quem receberá a carta de crédito. Outra forma de ganhá-la é por meio de lances.

Todo esse processo é gerido pela administradora do consórcio, sempre autorizada pelo Banco Central, que é responsável por intermediar a aquisição do bem ou serviço.

Entendendo a modalidade como uma espécie de “poupança conjunta”, fica mais fácil perceber porque o consórcio não tem juros. Os participantes participam ativamente do pagamento, portanto, não há qualquer  empréstimo bancário envolvido no processo. 

Em suma: o dinheiro vem da contribuição dos próprios integrantes do consórcio, podendo ser chamado como um tipo de autofinanciamento. E como o dinheiro vem do próprio grupo, não faz sentido incidir uma taxa de juros.

O que é a taxa de administração do consórcio de automóveis?

o que é taxa de administração

Agora que você já sabe que o consórcio não tem juros, é importante esclarecer quais são as taxas que, de fato, existem nessa modalidade. A primeira e mais importante é a taxa de administração do consórcio.

A taxa de administração é a taxa que serve como forma de remuneração da administradora de consórcio pela gestão que oferece aos consorciados.

Como o valor da carta de crédito é paga pelos próprios integrantes do grupo, essa é a maneira da empresa lucrar em troca do serviço prestado.

O que a administração do consórcio faz?

No entanto, você pode estar se perguntando: mas quais são esses serviços que a administradora do consórcio é responsável por realizar? Entre eles, podemos citar:

  • Criação dos grupos de consórcio, considerando o perfil de cada pessoa para que ela entre no melhor grupo para ela; 
  • Definição das formas de pagamento, nesse caso, a administradora do consórcio é responsável por integrar cada membro em um grupo adimplente, ou seja, que vai se manter comprometido em pagar as parcelas;
  • Funcionamento dos sorteios, sendo papel da administradora cuidar para que todos os consorciados sejam contemplados nas assembleias enquanto realizam o pagamento das parcelas;
  • Contemplações por lance, que é uma outra forma de receber a carta de crédito, no qual o consorciado vai oferecer um valor para cobrir parte do valor que falta e, assim, conseguir adiantar o prêmio;
  • Entrega dos bens, visto que é a administradora que vai se responsabilizar pela garantia do recebimento do bem ou serviço final para o cliente, realizando as tratativas para validar o título e finalizar a compra.   

Por fim, ainda, a administradora é também um mediador imprescindível para a resolução de conflitos que possam surgir entre os consorciados.

Taxa administrativa é juro? Qual a diferença?

Uma dúvida que as pessoas podem ter ainda é se a taxa de administração tem o mesmo efeito prático que a taxa de juros. No entanto, elas são bem diferentes. 

O valor a prazo no financiamento, com a taxa de juros, se torna um valor muito maior que o inicial. Isso acontece porque, diferente do consórcio, o financiamento envolve o parcelamento do pagamento do bem ou serviço. 

No caso do financiamento, o banco ou instituição financeira é quem vai pagar o bem móvel, imóvel ou serviço que você deseja comprar. 

Dessa forma, a cobrança de juros é a forma de conseguir retorno ao fornecer crédito. No caso do consórcio, o dinheiro investido é por parte do próprio interessado. Para entender melhor isso, vamos falar sobre como cada taxa funciona.

Cálculo da taxa de juros

A taxa de juros, usada no financiamento, se calcula sob o valor residual após o amortecimento, conhecido como juros compostos. Esse processo faz com que o valor cresça gradualmente e tenha um cálculo bem complexo.

Os juros desse tipo de taxa costumam, ainda, acompanhar a taxa selic. Ou seja, se essa taxa sobe,os juros cobrados também irão subir.

Entre as demais taxas que influenciam na taxa de juros, podemos citar a taxa nominal, a taxa efetiva e a taxa real.

A taxa nominal é um valor fixo anual que não  costuma sofrer variações. Sua base se dá pelo valor inicial do crédito oferecido ao cliente. Já a taxa efetiva diz respeito à conversão dessa taxa nominal no processo de capitalização.

Ou seja, quando os juros são incorporados ao valor do capital inicial, o valor a receber será maior do que o que a taxa nominal definiu.

Por último, a taxa real é a taxa de juros nominal corrigida pela variação da inflação. Seu cálculo se baseia  na taxa efetiva.

Cálculo da taxa de administração

cálculo taxa de administração

Já o cálculo da taxa de administração leva em conta outros fatores, considerando em uma divisão simples entre as parcelas. É importante ressaltar que antes mesmo do fechamento de um contrato, você já sabe quanto vai pagar todos os mês por essa taxa. 

A taxa de administração é um valor prefixado que está atrelado ao valor da carta de crédito que será paga. Dessa forma, você não pagará um valor de juros sobre a taxa, afinal, o consórcio não tem juros.

O percentual da taxa de administração varia de acordo com o tipo de bem. Além disso, em alguns contratos, a taxa de administração também pode variar conforme o seu grupo e o seu plano. 

Para exemplificar o funcionamento da taxa de administração, que tem como base um percentual fixo sobre a carta de crédito, vamos supor que você deseja obter um prêmio de R$60.000, pagando esse valor em 60 parcelas.

Neste caso, o percentual da taxa de administração vai ser aplicado sobre o valor de R$60.000. Caso o valor dela seja de 12%, por exemplo, o valor total a ser pago é de R$7.200.

Como esse valor vai ser diluído entre as mensalidades, o valor da taxa de administração, por mês, será de R$125. O acréscimo desse valor por mês é muito inferior em relação a taxa de juros que seria cobrada no financiamento.

Além da taxa administrativa, existe outra cobrança?

Até agora só falamos sobre a taxa administrativa, porém, existem outros tipos de taxas cobradas dentro de um consórcio que podem ou não serem obrigatórias. A seguir, vamos falar mais sobre cada uma delas.

Fundo comum

taxa consórcio fundo comum

O fundo comum nada mais é do que o valor pago pelos participantes do grupo com o objetivo de formar a poupança coletiva. Em suma: é o valor da parcela. Obviamente, é um valor obrigatório a ser pago.

É por meio dele que se torna possível ter o valor necessário para a contemplação dos integrantes do grupo de consórcio. 

A contribuição do fundo comum se dá por meio de um percentual do preço do bem ou serviço que se divide em relação ao número de meses estipulado no plano.

Seguro

Outra taxa que o consórcio também pode cobrar é a taxa de seguro. Embora ela não seja obrigatória por lei, ela pode ser cobrada, sendo necessário que esteja prevista no regulamento do contrato.

Caso seja, o consorciado precisa pagar prêmios de seguro. Esse seguro pode servir para diversas situações, como, por exemplo:

  • Seguro de quebra de garantia, sendo acionado toda vez que há uma situação de inadimplência;
  • Seguro de vida, que serve para pagar as prestações restantes caso haja falecimento do consorciado;
  • Seguro desemprego, sendo acionado para pagar as prestações caso o cotista venha a perder o emprego.

O cálculo dessa taxa sempre depende das condições estabelecidas junto à seguradora. No geral, consiste em um valor fixo acrescido na parcela. O objetivo é sempre proteger todos os envolvidos.

Fundo de reserva

O último tipo de taxa que pode ser cobrada em um consórcio é o fundo de reserva. O objetivo dessa taxa é permitir que o consórcio possa funcionar normalmente mesmo após a inadimplência de integrantes do grupo.

Como também não é obrigatório, a administradora apenas pode cobrar essa taxa caso ela seja estabelecida em contrato. Caso esse valor nunca seja atingido durante a duração do grupo, ele pode ser devolvido de maneira proporcional aos consorciados.

O valor do fundo de reserva é fixo e sua cobrança funciona de forma semelhante a da taxa de administração. Geralmente, a taxa fica em torno de 1% a 2%, que se divide pela duração do contrato.

E o reajuste das parcelas?

Um ponto muito importante sobre o consórcio que nem todo mundo sabe é que as parcelas sofrem reajustes durante a duração do plano. Embora possa, à primeira vista, parecer ruim, na verdade é um fator econômico extremamente importante para o consorciado.

Em primeiro lugar, é importante considerar que a duração de um consórcio pode ser de anos. Durante esse tempo, é comum que o valor dos produtos sofram reajustes devido a inflação, por exemplo.

Considerando isso, a cada aniversário da cota, as administradoras têm a responsabilidade de atualizar o valor das parcelas, sendo uma forma de evitar que a carta de crédito se desvalorize.

Trata-se, portanto, de uma medida de proteção do consorciado, garantido que ele não seja prejudicado em relação ao poder de compra. É por meio desses reajustes que ele terá condições de adquirir o bem no valor real que ele tem no momento da aquisição.

No caso de imóveis, o principal valor que influencia no reajuste é o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) acumulado nos últimos 12 meses. Já para automóveis, o reajuste se dá sempre em relação ao IGPM (Índice Geral de Preços do Mercado).

Os valores das parcelas, inclusive, continuam sendo reajustados para as pessoas que já foram contempladas. Isso se faz necessário para que os demais consorciados recebam o crédito sempre atualizado quando forem adquirir também seus bens e serviços.

Simule um crédito com o Klubi!

Conclusão

Se você tinha dúvidas sobre a incidência da taxa de juros no consórcio, agora você não precisa mais se preocupar em saber qual é a taxa de juros do consórcio, afinal, ela não existe!

Como mostramos ao longo do conteúdo, as taxas cobradas nessa modalidade de pagamento e que compõem as parcelas são a taxa de administração, o fundo comum e, não obrigatoriamente, as taxas de fundo de reserva e taxa de seguro.

Para saber mais sobre as taxas cobradas por cada administradora, entre em contato com a empresa que você tem interesse em contratar!